Bebé Salvego: a voz marcante que redefine a música Brasileira
- Carlos Mossmann
- há 5 dias
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A artista revela os bastidores de sua arte, suas inspirações e o processo criativo por trás do aclamado álbum SALVE-SE! Além disso, ela se prepara para um show imperdível no Sesc Consolação, no dia 20 de julho.

Aos 21 anos, Bebé Salvego já se consolidou como uma das vozes mais autênticas da música brasileira contemporânea. Com dois álbuns aclamados pela crítica | Bebé (2021) e SALVE-SE! (2024), a cantora, compositora e produtora mistura influências do jazz, R&B, indie, pagode e funk, criando um som único e inovador. Em entrevista exclusiva, Bebé compartilhou detalhes de sua trajetória, seu processo criativo e os desafios de se reinventar artisticamente.
Bebé começou sua carreira cedo, ainda na infância, quando seu timbre único e interpretação expressiva chamaram a atenção. Sua formação no jazz foi essencial para moldar sua identidade musical, que hoje transita entre a liberdade do indie e o R&B contemporâneo, sempre explorando novas possibilidades dentro da música brasileira. Para ela, a música é um reflexo de suas vivências e inquietações.

"Meu trabalho é como um mosaico de tudo que me atravessa, filtrado pela minha história e pelo meu olhar", explica, destacando como suas experiências pessoais guiam sua arte.
Esse olhar íntimo foi o ponto de partida para a criação de SALVE-SE!, um álbum que surgiu de uma pergunta simples, mas cheia de significados: "Quem vai me salvar se não eu mesma?". Segundo Bebé, essa questão, guardada por anos em seus arquivos, foi a base para um trabalho que reflete sua busca por maturidade e autenticidade. "Esse disco me obrigou a encarar quem eu sou hoje, junto com tudo o que vivi até aqui. É como se fosse um espelho", conta. Essa profundidade transparece em faixas como Day Bye Day e Quem Diria, onde ela aborda os altos e baixos da vida e reflete sobre a surpresa de superar seus próprios limites. "Essas canções mostram dor, superação, dúvida e orgulho. É a maturidade chegando, sem pedir licença".

Enquanto o álbum reflete suas emoções, ele também se destaca pela pluralidade musical. Bebé transita entre pop, indie, R&B, pagode, funk e trap, criando um som coeso e inovador. Ela explica que essa fusão de estilos aconteceu de forma natural, fruto de sua curiosidade como pesquisadora de sons. "Vivo ouvindo um pouco de tudo. Jazz, R&B, pagode, funk. Esses sons já fazem parte de mim", comenta. Um exemplo disso é a faixa Assome, que combina R&B com percussões brasileiras e grooves que remetem ao samba e pagode. Já Fiquei de Cara traz uma base de funk misturada ao Miami bass, mesclando um ritmo dançante com um desabafo emocional. "Essa música fala sobre pessoas que projetam seus traumas nos outros. É sobre reconhecer isso e se recusar a carregar o que não é seu", explica, evidenciando como sua arte é profundamente conectada às suas vivências e percepções.
Além da riqueza sonora, SALVE-SE! apresenta colaborações marcantes com artistas como Dinho Almeida e BK’. A parceria com Dinho nasceu de um beat que ele enviou e que, segundo Bebé, era "uma mistura de silêncio e urgência". Já com BK’, a conexão veio de um beat que ela mesma produziu em 2021 e que encontrou na voz dele a força necessária para complementar a faixa De Ponta Cabeça. "Essas colaborações foram mais do que musicais, foram encontros cheios de troca e significado", reflete, mostrando como trabalhar com outros artistas enriquece seu processo criativo.

Para a cantora, sua música não apenas dialoga com diferentes estilos, mas também com o presente e o futuro. Ela acredita que sua conexão com gêneros como indie e rap/trap está diretamente ligada à liberdade criativa que esses estilos oferecem.
"Minha música encontra conexão com estilos como indie e rap/trap porque eles compartilham a liberdade criativa e as raízes na cultura negra. É isso que me atrai: a possibilidade de experimentar sem limitações", afirma, reforçando seu compromisso em explorar novas possibilidades artísticas.
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