Sob novo nome, duo dos irmãos André Faria e Murilo Faria lança "Esther Building”, obra gravada em um loft no histórico prédio do centro de São Paulo.
St Aldo, lança hoje Esther Building, o terceiro álbum de sua carreira. Gravado em um loft do histórico Edifício Esther, no centro de São Paulo, a obra marca uma nova fase para André Faria e Murilo Faria. Após o falecimento do Tio Aldo de Covid-19 durante a pandemia, tio dos irmãos que deu origem ao nome da banda, o duo decidiu trocar o nome como uma forma de homenageá-lo. Além disso, relançam os primeiros discos.
Há dois anos, semanas antes do lockdown, André e Mura alugaram um loft no Edifício Esther, levaram todos os equipamentos e por lá passaram 10 dias morando e compondo as novas faixas do álbum num processo de total imersão. “Particularmente prefiro compor fora do estúdio, respirando um oxigênio menos viciado, acordando e dormindo com o instrumento no colo, cantarolando o que vem à cabeça, sem pretensões… por isso adoramos o processo de imersão. Porque você consegue gravar um volume de ideias que faz sentido naquela janela de tempo-espaço, e depois é mais fácil e divertido fazer um select, rebuscar, escolher aquilo que realmente se comunica com o outro você fora dali. Os momentos juntos também rendiam brisas tipo Heavens Gate (a seita) que o Mura era obcecado na época. Lembro que varamos uma noite vendo vídeos e pesquisando a vida do criador da seita… A única pessoa que colou no apartamento foi o Vitor Bossa, amigo diretor e fotógrafo, para fazer umas fotos por ali. Nada ali foi produzido, ele apenas passou um dia curtindo conosco ali, dando pitacos no que curtia mais. Adoro essas fotos”, conta André.
“No estúdio você tem infinitas possibilidades de equipamentos, já no Edifício Esther nós tínhamos apenas alguns instrumentos: dois ou três synths, duas guitarras, um baixo, pedais e um microfone. Quisemos de alguma maneira reproduzir o jeito mais indie e desleixado que produzimos o primeiro álbum, na época, na casa da nossa própria mãe, gravando as vozes no armário. No Edifício Esther era parecido, tudo mais solto e menos sério do que um estúdio profissional. Outra coisa que funcionava muito eram as jams. Às vezes passávamos o dia apenas tocando, curtindo e gravando. Só no dia seguinte ou à noite escutávamos o que fizemos e decidimos trabalhar em cima. Escolhíamos apenas o que de alguma maneira gostaríamos de escutar por aí, seja produzido por nós ou por qualquer outra banda. Tocamos o que gostamos de ouvir, sem pensar muito, sem raciocinar muito, tentando manter a espontaneidade dos dias, sem se preocupar em agradar ninguém… Quando estávamos sem idéia simplesmente olhávamos em volta e alguma coisa surgia. Foi assim que criamos ‘Bell Jar’, olhando em volta e achando o totem do Olivier Anquier ao lado de um senhor com aquelas placas VENDO OURO”, relata Murilo.
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