Apresentação de 'Engasgadas, segundo rito para regurgitar o mundo' acontece entre os dias 11 e 14 de maio. De quinta a sábado, a performance será realizada às 20h, e, no domingo, às 18h.
Zona Agbara, grupo que pauta a visibilidade e valorização da produção artística de mulheres pretas e gordas, chega ao Sesc Avenida Paulista com o espetáculo 'Engasgadas, segundo rito para regurgitar o mundo'. As apresentações acontecem entre os dias 11 e 14 de maio. De quinta a sábado, a performance será realizada às 20h, e, no domingo, às 18h.
Obra, dirigida por Gal Martins, envolve o público em uma dramaturgia coreográfica - forte e provocadora - em que seis intérpretes expõem em cena as muitas violências que suas corpas sofreram ao longo de suas existências e como tudo isso se transforma em potência a partir do contato com uma memória de futuro ancestral.
"Queremos que as pessoas consigam refletir sobre padronização da beleza, gordofobia e liberdade, em todos os sentidos... Esse é um trabalho que parte de um depoimento coletivo sobre todas essas questões que nos atravessam, mas, principalmente, da vontade de cravar um espaço legítimo da produção de dança contemporânea de corpas pretas e gordas. Queremos que outras mulheres se sintam representadas, assistam e possam sair motivadas, renovadas e, principalmente, encorajadas para enfrentar os medos, angústias e desafios do dia a dia de uma cidade que não acolhe as nossas demandas e não nos dá o direito de ir e vir", destacam as artistas.
No programa do espetáculo, dores são ressignificadas e o recado vai direto ao ponto: “Não aceitamos mais engolir esse mundo indigesto. É preciso soltar esse amargo. O engasgo é inevitável e a partir daí é preciso regurgitar para sobreviver”.
Zona Agbara, com seis anos de trajetória, é formado por Iolanda Costa, Letícia Munhoz, Suzana Araujá, Gustav Courbet, Rosângela Alves e a já citada Gal Martins. A trilha sonora de 'Engasgadas, segundo rito para regurgitar o mundo', com fortes referências da música preta contemporânea, é assinada por Dani Lova.
"Vale dizer que trazemos para o circuito uma espécie de ineditismo, pois não existe outro grupo na cidade composto exclusivamente por mulheres pretas e gordas. Nossas pautas são urgentes e colocamos na roda a potência dessas artistas, mostrando que é preciso, sim, mudar as perspectivas de estudos e abordagens que ainda se mantém ultrapassados ao projetar apenas corpos padrões como pensadores e condutores de processos e metodologias em dança", destaca o coletivo.
Zona Agbara conta, ainda, que vem desenvolvendo uma forma de criação única e dedicada especificamente em romper estereótipos, alcançar novos imaginários e eliminar olhares que patologizam a "gordura que as moldam".
“Propomos uma revisão desses pilares do estigma da gordofobia, preconceito que é estrutural, institucionalizado e está em todos os lugares e discursos em nossa sociedade”, finalizam.
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