Zaho de Sagazan estreia em São Paulo com show intenso e sensível no Cine Joia
- Carlos Mossmann
- há 20 horas
- 3 min de leitura
Cantora francesa une chanson, eletrônica e intensidade dramática em apresentação inédita na capital paulista

Antes mesmo da primeira nota soar, Zaho de Sagazan já ocupa o espaço. Enquanto alguns se revelam nota a nota, outros dominam o ambiente no instante em que o silêncio se instala. É desse segundo grupo que ela faz parte. A cantora e compositora francesa se apresenta pela primeira vez em São Paulo neste sábado, 13 de dezembro, no Cine Joia, em um show que promete mais do que música, promete uma experiência vivida no corpo e na emoção.
A apresentação integra a curadoria do selo ÍNDIGO, label da 30e voltada a novas linguagens sonoras e experiências que escapam do formato previsível. A estreia de Zaho de Sagazan no Brasil acontece em um momento de forte projeção da artista, que recentemente conquistou o público brasileiro com sua versão de “Modern Love”, de David Bowie, incluída na trilha sonora do remake da novela Vale Tudo, da TV Globo.
Sua música não se comporta como produto calibrado para o rádio. Ela surge como uma colisão controlada entre electropop, chanson francesa e intensidade dramática. Suas composições exigem escuta, pedem investimento emocional e recompensam quem se permite mergulhar em universos onde delicadeza e tensão caminham lado a lado.

Lançado em 2023, La Symphonie des Éclairs não foi apenas um disco de estreia, mas uma declaração de força artística. O álbum rendeu quatro prêmios no Les Victoires de la Musique, uma das mais importantes premiações da França, incluindo Álbum do Ano e Revelação Feminina, um feito inédito para uma artista estreante. Mais do que reconhecimento institucional, o trabalho consolidou a artista como uma das vozes centrais da nova canção francesa contemporânea.
Um corpo em cena, uma voz em tensão constante
A trajetória de Zaho começou de forma independente, com vídeos publicados nas redes sociais em 2015. Em poucos anos, ela saiu dos pequenos teatros para os grandes festivais europeus e palcos internacionais. Hoje, após centenas de apresentações, é possível afirmar que o palco é seu território natural. A cantora não se limita a cantar, ela comanda o espaço, dita o ritmo da atenção e esculpe a emoção coletiva.
Cada performance se transforma em uma espécie de sinfonia viva, na qual crescendos vocais se misturam a texturas eletrônicas e arranjos surpreendentes. Há intensidade, fragilidade e um senso de urgência que impede qualquer acomodação. O público deixa de ser espectador e passa a integrar a experiência, como parte ativa dessa narrativa sonora.









Comentários