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Após temporada com sessões esgotadas no Rio de Janeiro, Um Lugar Onde a Vida Acontece, solo teatral de Helena Varvaki, chega ao Sesc Vila Mariana em 16 de Outubro

Espetáculo tem direção de Miwa Yanagizawa, uma das diretoras mais atuantes na cena teatral contemporânea brasileira 


Helena Varvaki por Daniel Barboza
Helena Varvaki por Daniel Barboza

Sempre me imaginei com 95, mas com 60, nunca! — é desse espanto de Maria, personagem vivida pela atriz Helena Varvaki, que nasce Um Lugar Onde a Vida Acontece. Entre objetos, roupas, livros e coisas das quais vai se desfazer, ela decide revisitar a própria trajetória acompanhada pelos espectadores, convidados a testemunhar a última hora de seus 59 anos e a entrada nos 60 anos. Maria descobre que ao recontar pode também recriar, abrindo frestas para caminhos novos e inesperados para mulheres que chegam aos 60. 


“Queria olhar para esse momento com humor, afeto e alguma leveza. Estamos nos sentindo muito vivas, com fome de mundo. Usamos nossas experiências como potência para seguir em frente”, afirma a atriz e idealizadora do projeto, Helena Varvaki.

Embora não seja autobiográfico, o espetáculo nasce de um impulso pessoal da artista. Além de atuar, a atriz assina a dramaturgia, construída a partir de uma tecitura entre memórias, literatura e relatos reais. Para escrevê-la, mergulhou em uma pesquisa na qual colheu depoimentos de mais de 20 mulheres, incorporados ao processo de criação. Varvaki diz que há uma luta importante contra o preconceito em relação ao envelhecimento, sobretudo o das mulheres, em uma sociedade que insiste em reduzir pessoas à condição de consumidoras. Mas essa luta, que precisamos e devemos travar, tem que jogar luz no que a idade nos oferece.


Helena Varvaki por Daniel Barboza
Helena Varvaki por Daniel Barboza

A direção do espetáculo é assinada por Miwa Yanagizawa, artista em plena produção, recém-premiada com um prêmio Shell e três prêmios APTR. Para o processo criativo, Miwa se debruçou na escuta de coisas que ainda não existiam e que eram rabiscadas a muitas mãos pelo espaço. Ela conta que esse processo aconteceu pelas manhãs, com o som da rua e a luz entrando pela janela. Devo alertar que ele ainda não está pronto. Há, ainda, algumas perguntas que precisamos fazer. Nem se preocupe, não é preciso responder, mas, se quiser, pode. Temos tempo!, reflete Miwa.


Ainda sobre o tempo, Miwa e Helena identificam que ele se tornou um forte personagem do espetáculo, que brinca com o tempo cênico real. Maria verifica que horas são e fala: ‘não posso me distrair, não posso perder a hora’. Essa é, na opinião da atriz, uma das armadilhas da vida: em certo sentido, a gente se distrai do que realmente importa, conclui Helena Varvaki.


Não esqueça, a peça estreia esta semana, dia 16 de outubro, no Sesc Vila Mariana, e promete emocionar quem aceitar o convite de Maria para revisitar o que fomos, o que somos e o que ainda podemos ser.


E para quem quiser mergulhar ainda mais no universo e nas reflexões de Helena Varvaki, a Special Interview exclusiva está disponível na Yellow Mag, uma leitura imperdível sobre arte, tempo e o poder de recomeçar.


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