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Yellow Mag

DAN STUMP | TRANSE TROPICAL

Atualizado: 16 de mai. de 2022

Disco Transe Tropical aborda as vivências do jovem artista em meio a maior floresta do mundo, cruzando referências sonoras e memórias afetivas para criar uma experiência singular, em consonância com a produção musical brasileira contemporânea.

Dan Stump começou sua carreira musical postando vídeos de covers, em 2015. Entre 2017 e 2018, participou do Red Bull Music Breaktime Sessions, enquanto se apresentava, também, com sua banda, a Tropical Riva, com quem abriu shows de artistas, como Cícero, Esteban Tavares e Tay Galega.


Em 2019 nasceu Tudo que eu penso são palavras perdidas que tento organizar, primeiro álbum de estúdio do artista, que reflete uma trajetória pessoal deum jovem simples que sai do interior e tem que se adaptar em meio às adversidades da cidade grande”. Essa trajetória é ilustrada nas músicas, que misturam folk e MPB com sonoridades amazônicas, letras em português e letras em inglês e ainda reúne colaborações de Renato Enoch, Evelyn Felix e do grupo República Popular.


O resultado veio e o trabalho se tornou um dos mais ouvidos entre os projetos independentes da região Norte, o colocando como artista revelação pelo programa de impulsionamento artístico YouTube NextUp, o tornando uma das apostas da marca para os próximos anos.

O segundo álbum de estúdio veio em 2022. Com 10 faixas, Transe Tropical “aborda as vivências do jovem artista em meio a maior floresta do mundo, cruzando minhas referências sonoras e memórias afetivas para criar uma experiência singular, em consonância com a produção musical brasileira contemporânea”.

Começou sua relação com a música quando percebeu que não conseguiria fazer outra coisa, senão arte.“Mesmo diante de todas as incertezas baseadas na falta de acessibilidade e possibilidades de onde eu venho, sempre busquei ir além e pensar que cada passo dado é um avanço coletivo e um presente pra criança sonhadora que eu sempre fui”. Daí vem também sua fonte de inspiração: “Vem das minhas experiências, lugares onde passei, pessoas que me atravessaram. O cotidiano é a fonte de inspiração mais genuína pra mim e nunca deixa de funcionar.”



O artista tem uma profunda conexão com suas origens e com aquilo que encontra nos caminhos que percorre. Daí vem a sua marca artística, que é a mistura de ritmos, onde encontramos forte influência dos ritmos amazônicos. Musicalmente eu vivo o processo de experimentar e entender todas as formas de referenciar e extrair uma sonoridade que possa me representar como um artista do Norte do país, que soma com a música popular brasileira num todo. Misturar alguns dos nossos ritmos latinos, com percussões ritualísticas e guitarradas quentes tem sido o que mais me marca até aqui. Minhas músicas carregam essa força, indo de encontro a letras que afirmam ainda mais minhas experiências pessoais e localização geográfica.”

Absorvendo o que está no seu exterior e atento ao que ocorre no seu interior, Dan confia na sua intuição e dificilmente ignora suas ideias. “Sempre dou atenção a tudo que me vem à cabeça. Anoto, gravo e tô sempre matutando tudo. São processos com começo, meio e fim. Porém, infinitos. É um eterno abrir e fechar de ideias.”


No primeiro álbum, há uma ligação da persona do artista com a de Van Gogh, com quem ele divide o protagonismo das músicas e de quem ele compartilha as cores da capa. “Segue a narrativa de um artista que sai do interior para construir sua vida em uma cidade grande, é um ponto de partida que se mistura ao tributo que fiz a Van Gogh, onde alguns sentimentos pessoais se cruzam com as angústias do personagem”. Talvez encontremos no primeiro álbum uma atmosfera mais introspectiva, característica não mais tão marcante no segundo disco: “essas dores estão mais adeptas e eu não busco mais um personagem para cruzar com minha história e assumo esse protagonismo. Conto com uma convicção de pertencimento ainda maior, de viver em uma cidade rodeada pela maior floresta do mundo, cheia de indústrias, barulho de pássaros e de carros. Também busco quebrar alguns estereótipos, assumindo que o ‘regionalismo’ não é algo a parte do país e sim que estamos dentro do mesmo Brasil”.


Segundo o artista, ao terminar o primeiro álbum, já havia uma porta aberta para o segundo. Buscou algo mais quente, mais tropical e que reforça ainda mais a brasilidade presente em sua identidade. “Quando finalizei o primeiro disco, já estava com a cabeça aberta para o que seria o Transe Tropical. Queria explorar um lado mais quente, maduro e que fixasse ainda mais a ideia do espaço onde vivo e como isso influencia na minha criação artística. Então, comecei a experimentar e firmar essa ideia do tropicalismo e a relacionar ao cotidiano. Tem uma mistura de nostalgia, melancolia e todas as nuances de um transe propriamente dito.”

Toda essa experiência permanece sendo algo que toca o artista. O lançamento de dois álbuns, a participação em festivais e shows, o reconhecimento do público e, por consequência, do YouTube NextUp, as pessoas, as trocas.


“Acordar e pensar ‘caramba eu sonhei com isso um dia’ e agora tá aí. Certamente é uma das coisas mais bonitas que podem acontecer dentro da minha trajetória até aqui.”


Fotografia: DEMI BRASIL

Direção criativa: LUNY TOTA

Direção de arte: LUNY TOTA | DAN STUMP


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