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Marcos Veras: Um Artista Plural em Constante Estreia

Comédia, drama, teatro, cinema e internet: Marcos Veras é a personificação da arte em movimento, sempre explorando novos desafios e emocionando o público com sua versatilidade.


Marcos Veras é um artista inquieto, alguém que não se contenta em permanecer em uma única zona de conforto. Ele canta, dança, atua, escreve, apresenta, faz rir e emociona. A pluralidade de seu trabalho é uma marca registrada, fruto de uma paixão criativa que o levou a explorar quase todas as formas de expressão artística. Comédia, drama, teatro, cinema e internet: Veras se reinventa em cada uma dessas áreas enquanto busca novos desafios. Em uma conversa aberta e reflexiva para a Yellow Mag, ele compartilhou o que move sua carreira, os bastidores de momentos marcantes e seus planos para o futuro.


Fazer rir é um desafio especial


A comédia, segundo Veras, foi sua porta de entrada para o meio artístico e segue sendo o território onde ele se sente mais à vontade.


“A comédia é meu habitat natural, meu cartão de visitas. É especial porque exige muito mais do que parece. Fazer alguém rir é mágico.”


Apesar de seu amor pelo humor, ele admite que a comédia pode ser extremamente desafiadora. “Acho que foi no meu primeiro musical, Alguma Coisa Podre — versão brasileira do sucesso da Broadway Something Rotten. Foi ali que percebi o quanto é desafiador cantar, dançar, atuar e fazer rir, tudo ao mesmo tempo, ainda mais como protagonista. Eu carregava a responsabilidade de conduzir a história sem praticamente sair de cena durante quase três horas de espetáculo. Eram de seis a sete sessões semanais. Uma verdadeira vida de atleta! Apesar de ser um dos maiores e mais recentes desafios da minha carreira, foi também um dos mais gratificantes.”

Ele ainda destaca a nobreza do humor: “A comédia pode emocionar, e o drama pode fazer rir, mesmo que seja de nervoso. É uma troca constante entre os dois gêneros, e eu adoro isso.”


Do humor digital ao teatro premiado


Outra etapa marcante de sua trajetória foi sua participação no grupo Porta dos Fundos, que revolucionou o humor digital no Brasil. “O Porta dos Fundos foi um verdadeiro acontecimento. Acho que pegou todos de surpresa, tanto os sócios quanto o público. O sucesso foi imediato e estrondoso. Resgatou aquele humor debochado do cotidiano, o humor de bar, praticamente uma crônica do dia a dia. Além disso, profissionalizou o humor na internet, que até então era feito com certo amadorismo, especialmente na qualidade das imagens. Eles chegaram entregando um padrão de cinema e televisão. A partir daí, muita coisa mudou. O Porta dos Fundos se tornou uma referência no humor brasileiro.”



No teatro, Veras também brilhou em peças inovadoras, como Insignificância – Uma comédia relativa, na qual interpretou Joe DiMaggio, papel que lhe rendeu o Prêmio Prio do Humor 2025. Ele reflete sobre o desafio de viver um personagem tão complexo:


“Nunca imaginei que essa peça me renderia um prêmio de humor, até porque ela não é uma comédia escancarada, de riso fácil. Meu personagem era denso e tenso: machista, tóxico, mas também apaixonado e sincero. Tentei trazer humanidade para ele, mesmo com seus erros. Acho que, ao misturar esses sentimentos, consegui criar um personagem que tirava risos da plateia, mas com verdade.”

Cinema: Entre o kitsch e o circense


Da comédia no teatro, Veras passou a explorar as telas do cinema, onde pôde experimentar diferentes estilos e desafios. Em 2025, ele retorna às telonas com dois projetos: O Shaolin do Sertão 2 e Vudu Delivery. Apesar de ambos serem comédias, cada produção trouxe desafios únicos.


“Vudu Delivery é uma comédia mais kitsch, com influências de Almodóvar e do cinema argentino. Já Shaolin do Sertão 2 é a continuação de uma obra super original e brasileira, com um humor meio circense que mistura cenas de luta com o sotaque cearense. Em Vudu, interpretei um paulistano do interior, enquanto em Shaolin, fiz sotaque cearense. O que talvez tenha sido mais fácil, já que tenho origens no Ceará.”


As filmagens, no entanto, não foram fáceis. “O calor foi um desafio em comum. Vudu Delivery foi rodado nas ruas de São Paulo, em temperaturas que chegavam a 40 graus. Já Shaolin do Sertão foi filmado no sertão cearense, sob um sol escaldante. E eu, carioca, tive que me adaptar.”


Ainda no cinema, Veras se aventurou no gênero de terror com o filme Sangue de Groselha, que mistura mortes sangrentas e humor absurdo. “Olha, esse filme é de uma ousadia tremenda, e eu adoro isso. Não se fazem muitos filmes de terror no Brasil. Acho que Sangue de Groselha pode trazer um novo fôlego para o gênero no País. É ousado, sangrento e engraçado. Tem uma pegada meio Tarantino, sabe?”


Explorando novas plataformas e legados


Além de seus trabalhos no teatro e no cinema, Veras se prepara para estrear o videocast Não Repara a Bagunça, um projeto que promete abordar as “bagunças” da vida com humor e sinceridade. “A nossa ideia é abordar a bagunça de uma forma geral: financeira, emocional, doméstica e amorosa. Tudo isso será explorado por meio de conversas sinceras e divertidas com os meus convidados.”


Para ele, a pluralidade artística é o que o mantém sempre em movimento. “Eu amo trabalhar e sou apaixonado pelo meu ofício. Sempre gostei de explorar e experimentar em todos os setores que a profissão de artista me proporciona. Acho que um artista múltiplo tem menos chance de ficar desempregado. [Risos]”



Quando questionado sobre qual legado gostaria de deixar, Veras reflete: “Para mim, todo e qualquer trabalho em que consegui arrancar uma gargalhada de alguém é especial. Mas, se posso desejar algo, é que Marcos Veras (apesar de odiar falar em terceira pessoa) seja lembrado como aquele artista que fazia de tudo. Acho que é isso.”


O futuro da comédia brasileira


Ao falar sobre a comédia no Brasil, Veras aponta que há espaço para inovação:


“A comédia brasileira é incrível, e nossos comediantes são maravilhosos. Mas sinto falta de mais programas de humor na TV aberta, de todos os estilos: o mais escrachado, o mais crítico, o de peruca ou o sem peruca. Acho que deveríamos ter, no mínimo, uns três programas de humor diferentes por semana na TV. Na internet, por outro lado, há uma diversidade maior de formatos e estilos.”

Marcos Veras é um verdadeiro explorador das possibilidades do seu ofício. Seja no rádio, TV, teatro, cinema ou internet, ele busca constantemente se reinventar. Por trás do humor e da versatilidade, há um desejo genuíno de deixar um legado. “Se eu conseguir fazer alguém rir, já valeu a pena."


Ser artista é mais do que apenas interpretar papéis: é abraçar a pluralidade, desafiar limites e, acima de tudo, tocar as pessoas. Suas histórias, marcadas por humor, emoção e dedicação, nos convidam a rir, a refletir e a enxergar a arte como uma força transformadora.




Texto: Carlos Mossmann

Fotos: Priscila Prade

Assessoria de Imprensa: Anna Luiza Muller | Beatriz Filippo

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