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Formosa Hi-Fi transforma espaço abandonado no centro de SP em clube de vinis

Atualizado: 30 de jul.

Local idealizado por Facundo Guerra é o primeiro nesse formato no Brasil e também oferecerá alta gastronomia e coquetelaria


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O centro de São Paulo recebe, nesta semana, mais um espaço cultural. Localizado na galeria Formosa, o local, que estava abandonado, ganhará vida como um listening bar (bar de audição) para os amantes do vinil. A Yellow Mag visitou o Formosa Hi-Fi e conversou com o empresário Facundo Guerra, responsável pelo projeto.


Previsto para ser inaugurado na próxima quinta-feira, dia 31 de julho, o galpão foi idealizado por Mário de Andrade para ser um restaurante na década de 1930, projeto que nunca se concretizou. Negligenciado pelo poder público, o espaço começou a ganhar forma após ser concedido, juntamente com a área do Vale do Anhangabaú, à empresa WTorre Entretenimento em dezembro de 2021.


Idealizado há dez anos por Facundo, o sonho começou a se tornar realidade após ele encontrar um espaço perfeito para uma experiência acústica. Junto com ele estão os amigos Alê Youssef e Ale Natacci, que também lideram o Acadêmicos do Baixo Augusta.


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A entrada para o local será por uma passagem subterrânea que liga o shopping Light ao futuro Sesc Galeria, localizado em frente ao Theatro Municipal. O espaço, que estava desativado, agora estará aberto ao público. Futuramente, também está prevista uma feira de vinis no local aos domingos.


O galpão é tombado pelas três esferas do patrimônio público, ou seja, Conpresp, Condephaat e Iphan, por isso não pode ser modificado, mas passou por uma restauração completa. “A gente não podia nem colocar um prego na parede porque ele é muito tombado. Isso traz desafios, já que é um espaço todo feito de mármore, de uma arquitetura meio fascista da década de 1930, mas conseguimos adaptar bem o projeto”, afirmou Facundo.


Além do couvert artístico de R$ 20 para o público em geral, o Formosa também terá um clube para sócios. Por R$ 390 mensais, eles poderão desfrutar de experiências exclusivas, como sorteio de vinis, entrada sem fila e um drink gratuito a cada visita, além da possibilidade de ouvir seus próprios discos.


“Vamos fazer muitas ações para manter essas pessoas, que são amantes de música, participando do primeiro clube de vinil em São Paulo”, disse Facundo.

A acústica do local é assinada pela premiada Acústica & Sônica, de José Augusto Nepomuceno, responsável pela Sala São Paulo e pelo Teatro Cultura Artística, referência no setor. Assim, é possível ouvir álbuns de grandes artistas de forma nítida e única. “Em qualquer lugar da Formosa, você ouve a música com clareza e no mesmo volume. Esta é uma solução que nunca foi implementada no Brasil. Não economizamos em sonorização e acústica. A mesma arquitetura e técnica usadas em uma sala de orquestra nós estamos empregando neste espaço”, explica Facundo.


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A coquetelaria e a gastronomia também terão destaque, com pratos para compartilhar que unem a culinária francesa e brasileira, além de drinques com inspiração modernista, como idealizado por Mário de Andrade quando secretário de cultura.


A programação neste primeiro mês será focada em colecionadores de discos, famosos e anônimos. “São pessoas que colecionam música há muitos anos e têm uma visão diferenciada de escutar música. É um bar que oferece uma educação para ouvir músicas do lado B, aquelas que você nunca escuta à noite”, disse Hugo Frasa, programador do local.


Entre os nomes previstos estão Yellow P, operador de sound system brasileiro e criador do primeiro sistema de som de São Paulo no formato original jamaicano de reggae. Hugo também pretende trazer ex-VJs da MTV, como Fábio Massari, Gastão Moreira e João Gordo, além de lojistas que nunca tiveram a oportunidade de tocar um vinil em público. O projeto do Formosa pretende se expandir futuramente, com shows ao ar livre na praça em frente ao local e com a inauguração do Formosinha, uma pequena balada dentro de uma caverna, com foco no som digital.


Quando questionado se pretende revitalizar o centro com este projeto, juntamente com outros que possui na região, Facundo disse que não se preocupa com isso, pois são efeitos secundários do trabalho. "Faço o melhor que posso no lugar em que estou, afirmou. Seria pretensão demais da minha parte querer ser responsável por isso."


Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O local funcionará às terças-feiras apenas para sócios e de quarta a domingo para o público em geral, a partir das 19h.

 

Confira a entrevista completa


Yellow mag - Como surgiu a ideia de transformar um lugar abandonado em um bar e quais as dificuldades para a implementação?

Facundo Guerra - Este projeto começou há dez anos, com a tentativa de construir um espaço acusticamente perfeito para a audição de mídia física e música mecânica. Eu queria entender por que a tecnologia usada em uma sala de orquestra não era utilizada para música popular, como rock, jazz e hip hop.


O desafio começou daí. Convidei Nepomuceno para participar do projeto e criamos um primeiro projeto chamado YouClub, mas o abandonei porque o espaço onde seria implementado foi vendido. Então, trouxe o projeto para o Formosa.

Conheço este local há muitos anos e adaptei o projeto para cá. Pegamos os pressupostos do projeto original, que era construir uma caixa acústica dentro de uma caixa arquitetônica.

O local é perfeito para essa construção acústica, pois não podíamos nem colocar um prego na parede, já que é muito tombado. Isso traz desafios, pois é todo feito de mármore, de uma arquitetura meio fascista da década de 1930, mas conseguimos adaptar bem o projeto. Não foi possível fazer nenhuma modificação estrutural e a única arquitetura que temos é a iluminação, já que o restante está preso em uma estrutura aérea.


Yellow mag - Como surgiu a aproximação entre Ale Natacci e Alê Youssef, do Baixo Augusta, para entrarem no projeto?


Facundo Guerra - Conheço o Alê Youssef há 25 anos, e o Natacci conheço há muito tempo por causa do Sonique, bar onde fui vice-presidente. Já estávamos na cultura de São Paulo há pelo menos uns dez anos. Eu estava com esse grande desafio e os convidei, e eles toparam. Não éramos concorrentes, mas sim complementares, então a ideia foi nos unir para dar mais força.

Yellow mag - Quais os diferenciais do Formosa?


Facundo Guerra - Não consigo comparar, pois os outros bares são pequenos, enquanto o Formosa é grande. Além da preocupação acústica, feita por um escritório responsável pela Sala São Paulo e Cultura Artística, a parte de sonorização com som dry weight e bolhas de estéreo é muito sofisticada. Em qualquer lugar da Formosa, você consegue conversar e ouvir a música com clareza e no mesmo volume. Essa solução nunca foi implementada no Brasil. Temos caixas francesas, consideradas das melhores do mundo. Não economizamos em sonorização nem em acústica.


Yellow mag - Qual a importância de ter a consultoria acústica de José Augusto Nepomuceno, referência no setor?


Facundo Guerra - Há muitos listening bars em São Paulo, por isso queria criar algo que se destacasse em um cenário já saturado. Nepomuceno me traz uma legitimidade acústica e de sonorização que poucos podem oferecer. De alguma forma, me aproximo desses espaços de orquestra, pois o tipo de solução e o tratamento são os mesmos. A mesma arquitetura e técnica usadas em uma sala de orquestra nós empregamos neste espaço.


Yellow mag - Qual a importância de criar um listening bar em vez de uma balada?


Facundo Guerra - Não tenho mais idade para isso. Acho que os listening bars são as novas baladas e a noite está se transformando. Toda semana surge um listening bar. Temos muito mais listening bars do que boates. Eu não me vejo como um listening bar, pois chamamos de Hi-fi, que é outra categoria, mais técnica. Este é o primeiro do Brasil.


Yellow mag - Quais as principais vantagens de se tornar um sócio do Formosa?


Facundo Guerra - Você faz parte de uma comunidade, não pega fila para entrar, ganha um drink toda vez que vai e terá experiências exclusivas e personalizadas para sócios. Vamos sortear vinis e promover várias ações para manter essas pessoas, que são amantes da música, participando do primeiro clube de vinil em São Paulo. Elas também poderão trazer seus próprios discos.


Yellow mag - Qual a importância desse projeto para valorizar o centro?


Facundo Guerra - Não me preocupo com isso, pois são efeitos secundários do trabalho. Faço o melhor que posso no lugar em que estou. Seria pretensão demais da minha parte querer ser responsável por isso.


Yellow mag - Você considera este seu maior projeto?


Facundo Guerra -Não penso nisso. Cada projeto é único e não fico comparando. Só faço aquilo de que gosto, para mim e para meus amigos. Em nenhum momento ficamos nos perguntando o que os outros iriam achar. Fazemos para nós, com amor e afeto, e por sorte encontraremos pessoas que gostam das mesmas coisas.


Não ficamos nos perguntando o que as pessoas vão pensar. Faço para mim. Claro que quero que o negócio dê dinheiro, pois é uma forma de realizar nosso sonho, sem concessões. Estamos fazendo o nosso melhor. Ninguém está interessado em criar o melhor espaço, mas todos querem dar o seu melhor, e isso se reflete no ambiente. Acho que, quando as pessoas vierem aqui, vão perceber que houve trabalho de gente que ama o que faz. Tem alma. Ninguém atrapalha o projeto, pois é um projeto verdadeiro.

 

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

SERVIÇO

Formosa Hi-Fi

Entrada: Viaduto do Chá, escadaria em frente ao shopping Light

Quarta, quinta e domingo das 19h às 00h;

sexta e sábado das 19h às 2h

Ingressos e informações: formosahifi.com

Instagram: @formosahifi

 

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