2ª edição do MIACENA ocupa cidade com peças gratuitas em lugares alternativos
- Rafael Ferreira
- 28 de out.
- 3 min de leitura
São mais de 40 apresentações de grupos nacionais e internacionais

Apesar de São Paulo ser uma das cidades com o maior número de salas de espetáculos do Brasil, há sempre espaço para inovação. Pensando nisso, André Acioli e Dani Angelotti decidiram criar o MIACENA – Mostra Internacional de Artes Cênicas em Espaços Não Convencionais e Alternativos, que propõe ocupar outros espaços com 40 peças do Brasil e do mundo.
“Ao ocupar bares, praças, museus e outros locais não convencionais, convidamos o espectador a perceber a arquitetura, a memória e os fluxos cotidianos como parte ativa da cena”, disse André e Dani.
O evento também promove a Feira da Mia – Economia Sustentável nos dias 25 e 26 de outubro com profissionais da Feira Preta e da economia criativa alinhados a práticas circulares.
A MIACENA reúne artistas de 5 estados brasileiros e projetos de Portugal, Argentina e França e se espalha por ruas e cruzamentos do centro, além de espaços como o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB SP), Teatro Cultura Artística, Instituto Brasileiro de Teatro (iBT), Centro de Referência da Dança (CRD), Instituto Capobianco, Galeria Olido, Secretaria municipal de Cultura e Café Girondino.
A abertura foi na última terça-feira (21) com o Bloco Afro Ilú Obá De Min, um dos maiores representantes da resistência feminina negra, levando um pouco do clima de carnaval fora de época para as ruas do centro.

Entre os destaques nacionais, temos Matou a Família e Foi ao Cinema, montagem indicada ao Prêmio Shell 2025 (1º/11, 17h); Escuto Centenas de Casos de Amor (25/10, 14h), que transforma o café em palco para memórias e canções; Estou Bem Aqui e Lembrei de Você (26/10, 13h), um áudio tour numa caminhada pelas ruas do Centro e ¡La asimetría es mas rica! (25/10, 14h) uma performance da atriz PcD, Estela Lapone, que propõe transformar a cultura capacitista.
No Dia das Bruxas, a artista Lena Giuliano faz a performance Escrevendo na Cova de Alguém, onde ela escreve um epitáfio e conversa intimamente com um participante do público, escrevendo um obituário poético baseado na conversa e o lê para a pessoa enquanto ela se deita em um caixão, ouvindo músicas escolhidas por ela (31/10, 21h30).

Entre os internacionais, teremos a primeira exibição da obra em processo Sumergidos, da companhia argentina De La Mejor Manera, que imagina uma Buenos Aires parcialmente submersa (24 e 25/10, às 21h). Já da França, é apresentada a peça Ela Perdeu o Controle, em parceria com o Brasil, que propõe uma experiência sonora imersiva sobre vigilância e controle (30/10, às 20h).
“No futuro, esperamos que o festival contribua para ampliar o acesso do público às artes cênicas e inspirar novas gerações de artistas a repensar seus modos de produção e relação com o espaço urbano. O impacto que buscamos não é apenas estético, mas também social e político”, afirma André Acioli.









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