“Fullgás – Artes visuais e anos 1980 no Brasil” chega ao CCBB São Paulo
- Yellow Mag
- 27 de mai.
- 12 min de leitura
Exposição apresenta mais de 300 obras de mais de 200 artistas de todas as regiões do país, além de documentos e objetos que dão um panorama da década de 1980 no Brasil

A grande exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil” chega ao Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo a partir do dia 28 de maio de 2025. Com Raphael Fonseca como curador-chefe, e Amanda Tavares e Tálisson Melo como curadores-adjuntos, a mostra apresenta cerca de 300 obras de mais de 200 artistas de todas as regiões do país, mostrando um amplo panorama das artes brasileiras na década de 1980. Completam a mostra elementos da cultura visual da época, como revistas, panfletos, capas de discos e objetos icônicos, ampliando a reflexão sobre o período.
O projeto é patrocinado pela BB Asset, gestora de fundos do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mário Perrone, diretor comercial e de produtos da BB Asset, destaca que a responsabilidade da gestora vai além da administração de ativos. “Patrocinar a exposição ‘Fullgás’ reforça nosso compromisso com o futuro, investindo não apenas em resultados, mas também naquilo que transforma uma sociedade: a cultura e a arte. Como a maior gestora de fundos do Brasil, temos a honra de contribuir para a preservação do legado cultural do país, inspirando novas gerações e promovendo um Brasil mais vibrante e consciente da sua rica história e expressão artística. Este é o tipo de investimento que gera valor para todos.”
“Fullgás”, assim como a música de Marina Lima, deseja que o público tenha contato com uma geração que depositou muito de sua energia existencial não apenas no fazer arte, mas também em novos projetos de país e cidadania. Uma geração que, nesse percurso, foi da intensidade à consciência da efemeridade das coisas, da vida”, afirmam os curadores.

A exposição ocupará todo prédio histórico do CCBB São Paulo e será dividida em cinco núcleos conceituais cujos nomes são músicas da década de 1980: "Que País é Este" (1987), "Beat Acelerado" (1985), "Diversões Eletrônicas" (1980), "Pássaros na Garganta" (1982) e "O Tempo Não Para" (1988). Na rotunda do CCBB haverá uma instalação do artista paraense radicado no Rio de Janeiro Paulo Paes, com um grande balão feito especialmente para a mostra. “O balão é um objeto efêmero, que traz uma questão festiva, de cor e movimento”, explica a curadoria. No espaço do programa educativo, uma banca de jornal com revistas, vinis, livros e gibis publicados no período, com fatos marcantes da época, fará o público entrar no clima da exposição.
A mostra aborda o período de forma ampla, entendendo que seus questionamentos e impulsos começaram e terminaram fora do marco temporal de dez anos que tradicionalmente constitui uma década. Desta forma, a exposição abrange o período entre 1978 e 1993, tendo como marcos o final do Ato Institucional 5 e o ano posterior ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. “Consideramos para a base de reflexões este arco de quinze anos e todas as suas mudanças estruturais e culturais para pensarmos o Brasil: do fim da ditadura militar ao retorno a uma democracia que, logo na sequência, lidará com o trauma de um impeachment”, contam os curadores, que selecionaram para a exposição obras de artistas cujas trajetórias começaram neste período.
Nas artes visuais, a Geração 80 ficou marcada pela icônica mostra "Como vai você, Geração 80?", realizada no Parque Lage, em 1984. A exposição no CCBB entende a importância deste evento, trazendo, inclusive, algumas obras que estiveram na mostra, mas ampliando a reflexão. “Queremos mostrar que diversos artistas de fora do eixo Rio-São Paulo também estavam produzindo na época e que outras coisas também aconteceram no mesmo período histórico, como, por exemplo, o ‘Videobrasil’, realizado um ano antes, que destacava a produção de jovens videoartistas do país”, ressaltam os curadores. Desta forma, “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil” terá nomes de destaque, como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Daniel Senise, Leonilson, Luiz Zerbini, Leda Catunda, entre outros, mas também nomes importantes de todas as regiões do país, como Jorge dos Anjos (MG), Kassia Borges (GO), Sérgio Lucena (PB), Vitória Basaia (MT), Raul Cruz (PR), entre outros. Para realizar esta ampla pesquisa, a exposição contou, além dos curadores, com um grupo de consultores de diversos estados brasileiros.

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